domingo, 21 de abril de 2013

Afinal, qual o mistério da Trindade Santa?



O dilema de Santo Agostinho 

Santo Agostinho, grande teólogo e doutor da igreja, certa noite, bastante cansado de suas meditações acerca dos enigmas de Deus, adormeceu rapidamente. Em sonho, caminhava numa praia deserta e contemplava o horizonte quando subitamente apareceu um garoto com um balde, o qual ia até a água do mar, enchia o recipiente e voltava, onde despejava toda a água em um minúsculo buraco cavado na areia. Agostinho, intelectual, observava a criança com curiosidade: 
- Menino, o que você está querendo fazer? – Perguntou. 
- Quero colocar toda a água do mar neste buraquinho. 
O santo sorriu com a ingenuidade da criança e retrucou: 
- Nunca conseguirá. Isto é claramente impossível! 
De forma corajosa e confiante, o garoto disse, pouco antes de desaparecer: 
- Da mesma forma, o senhor nunca vai conseguir colocar na cabeça o mistério da Santíssima Trindade. 

De fato, a Trindade Santa é um tema que, por ser o mistério central da fé e da vida cristã, não cabe em nossa diminuta razão. A solução definitiva deste segredo só é possível quando, na vida eterna, nos encontrarmos com Deus, uno, manifestado em três pessoas* (um exemplo natural de tríade é a água, substância essencial para todas as formas de vida, e que pode ser encontrada tanto no estado líquido, como no sólido e no gasoso. Sua estrutura química, pois, permanece inalterável em todas as fases, a única mudança se dá no arranjo de suas moléculas. Sintetizando: A água nunca deixará de ser água. Assim é, também, Deus!). 


Fundamentação Bíblica 

Nas Escrituras Sagradas, temos na narrativa da criação a seguinte passagem: “Então Deus disse: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Que ele domine os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos, todas as feras e todos os répteis que rastejam sobre a terra”. (Gênesis 1:26). 
Note-se que na Palavra se apresenta um criador plural, indicando que Deus não estava, pois, sozinho no momento da geração do homem. 

Ao analisarmos o Evangelho de Jesus Cristo segundo São João, em especial o versículo 14 do capítulo 1, encontraremos: “E a Palavra se fez homem e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória: glória do Filho único do Pai, cheio de amor e fidelidade”. 
A personificação do Verbo, Filho do Criador, pois, não mescla Jesus como humano e divino (parcialmente dividido), mas o torna co-igual ao Pai, pois este se fez carne (homem) sem perder a divindade. 

Por fim, temos este trecho: “Pois o Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as profundidades de Deus. Quem conhece a fundo a vida íntima do homem é o espírito do homem que está dentro dele. Da mesma forma, só o Espírito de Deus conhece o que está em Deus. Quanto a nós, não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que vem de Deus, para conhecermos os dons da graça de Deus”. (1 Coríntios 2:10-12). 
Podemos saber que o Espírito Santo é, pois, também Deus, porque Ele possui as características e qualidades inerentes a Deus, como a Sua Onisciência, ao penetrar com afinco as próprias profundezas e a de todas as coisas. 


Obs.: *Uma pessoa possui, como características principais, um conjunto de vontades e liberdade que, ao todo, forma o que chamamos de personalidade.


Criação: 21/04/2013 - Objetivo: O Caminho de Jerusalém

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